25 de abril de 2012

Kombi: A velha senhora ainda resistirá a 2014?

Foi determinado que a partir do ano de 2014 (daqui a dois anos) será necessário a utilização de equipamentos de segurança em todos os veículos automotores, sendo obrigatório a sua vinda como item de série nos nossos "queridos" carros. Eles são o Air-Bag duplo frontal e o ABS (Anti-Breaking System, ou Sistema Anti-Travamento).



Como podemos observar, os nossos carros vendidos aqui são incrivelmente "pelados", e até hoje as montadoras insistem em dar o mínimo de itens de série ao consumidor, como por exemplo a direção hidráulica, vidros elétricos, ar-condicionado e outros que estão cada vez mais necessários para vivermos no inferno das metrópoles.
Felizmente essa medida ajudou a combater outra coisa que acontece no mercado automotivo brasileiro: o defasamento dos carros pela idade do projeto, que às vezes chega a ser "jurássico" de tão grande que é. Exemplo disso é a nossa "tradicional" VW Kombi, que se recusa até hoje a ter uma renovação decente para a época atual. Desde os anos 50, a Kombi teve míseras 2 atualizações, mas a base do projeto ainda é praticamente a mesma coisa. Na Europa? Ganhou muitas remodelações, mudou de nome e está com a dianteira característica da marca (parecida com a do Fox).
De Kombi ao novo T5 (Transporter geração 5).
Mas como obrigar montadoras, como a nossa velha VW Brasil, a colocar equipamentos de segurança em seus carros pode ajudar a exterminar alguns modelos (principalmente os de projetos mais antigos)?
Simples, eles são tão antigos que não foram feitos para suportarem a adaptação desses itens de segurança. Um Chevrolet Classic, por exemplo, não oferece ABS do mais que você pague, pois o projeto antigo do Corsa que está herdado até hoje não foi feito para suportar ABS, sendo necessário a remodelação do projeto para que a Chevrolet consiga inserir o item no carro.
E a Kombi? Pior, de tão ultrapassada não tem a mera capacidade de resistir a um crash-test (ainda mais que o motorista está localizado na extremidade da dianteira, sendo separado apenas por uma chapa de aço) e muito menos proteger o pobre pedestre que tiver a má sorte de ser atropelado justo por uma Kombi, como poderá ter ABS, se a tecnologia só aparecesse nos anos 80, primeiramente num Mercedes-Benz, se o projeto veio antes disso? E para os Air-Bags a mesma coisa.


Vendo as evidências, podemos concluir que pelo menos a nossa velha senhora dos anos 50 finalmente terá um fim? Talvez não.
A situação atual do veículo não deixaria ele rodar nas ruas de 2014, mas a empresa responsável por ela quer ela viva ainda. Reparem que a Volkswagen do Brasil, assim como outras montadoras, se aproveitou bastante de "nossa nobreza" e cobrou sempre caro pelos seus carros, ainda mais por se tratar de veículos antiquados. Exemplos? Não faltam: Golf, Gol IV, Parati e outros...sem contar a Kombi. Para alguém que sempre ganhou e faturou bem na nossa terra do Pau-Brasil, por que gastar muito dinheiro com a mudança total de um veículo, se mesmo nas condições atuais o povo continua comprando e rendendo uma boa receita para a Volks?


Então vão dois prováveis destinos para a nossa van: uma modificação (provavelmente gambiarra) para enfiar tudo de qualquer jeito ou o nosso "jeitinho brasileiro" de lidar com os problemas. Mas como seria para a VW esse tal "jeitinho brasileiro"?
Segundo a Quatro Rodas de Abril, a Volkswagen do Brasil estaria procurando brechas na lei de 2014, e talvez já estivesse "de boa". Infelizmente as coisas no Brasil andam assim, e caso haja realmente brechas, os problemas não serão corretamente resolvidos e quem sempre é lesado é o pobre consumidor.
Num texto cheio de perguntas, fica difícil para eu saber se há como resolver esses problemas de aproveitamento das empresas, e pior sobre o tal futuro da Kombi. Seja lá qual seja o seu destino, uma coisa eu prevejo: ou não haverá remodelação ou caso haja, o seu preço já salgado será exorbitante.

Para temos uma melhor noção de como isso é velho...

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